sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Presente

Com certeza você já ouviu alguém falando por aí frases como “Viva o momento.” “Ou tudo o que existe é o agora” e ainda tem a clássica piada “Fiado só amanhã!”...rs...
Talvez você não saiba que esses clichês contém uma sabedoria importante e a partir do momento que tomamos consciência dessa sabedoria, transformações acontecem em nosso ser e em nossa vida.

Estudos de Física quântica e relatividade explicam que o tempo não existe da forma como percebemos ele. A linearidade temporal é uma sensação, uma percepção humana. O tempo não é linear. O tempo é apenas mais uma dimensão, como todas as outras, que são percebidas e interpretadas pelo nosso cérebro de uma determinada maneira.

Sendo assim não existe passado ou futuro. Não existe o antes ou depois. Tudo o que existe é o momento. Porém devido a sensação de linearidade nossas mentes vivem presas em histórias passadas ou projetando histórias futuras. Todo o tempo estamos vivendo em nossas mentes, em momentos que não existem e deixando de viver a realidade, o presente. É como se todos nós vivêssemos presos em uma fantasia.



Na clínica, eu trabalho sempre buscando trazer as pessoas para o momento presente. É claro que é importante conhecermos a história de vida de uma pessoa, porém se a pessoa só repete uma situação ou um trauma incessantemente, ela nunca conseguirá transforma-lo.

O inconsciente não é regido por essa sensação de linearidade, ele é atemporal. O que significa que se lembrarmos hoje de um fato doloroso que ocorreu em nossa infância, vamos sentir a emoção daquele fato presente como se ele estivesse acontecendo agora. Por isso tantas pessoas nunca superam traumas ou lutos, e quem olha de fora muitas vezes julga: “Mas já passaram 10 anos!” Isso não importa para o inconsciente. Um complexo, uma carga afetiva que não foi elaborada, quando acessada ela vem à tona com a mesma força que veio no momento em que a situação, que gerou essa carga energética, aconteceu.

Então é importante que a pessoa acesse essa carga, essa emoção, e muitas vezes ela faz isso através da fala. Porém a partir do momento em que ela acessou, ela não precisa mais da história. A emoção está aqui, agora, no presente. E a partir daí podemos lidar com ela. O que você sente agora, nesse momento? Você gosta de sentir isso? Onde essa emoção está afetando sua vida hoje? Em que posição essa emoção te deixa, e qual o ganho que você tem com essa posição?



Mesmo que você tenha se machucado no passado você não pode voltar lá e se curar. A cura está no presente e a mudança também. Precisamos nos responsabilizar por essa cura. Não importa quem ou o que nos machucou, não é aquela pessoa que pode nos curar, muitas vezes ela nem está mais aqui, somente nós mesmos que temos o poder de nos transformar e transformar as situações em nossas vidas.

Quem sou eu hoje? Como estou agindo nesse momento? Quem eu quero ser nesse momento? Precisamos nos desapegar das historinhas que acreditamos que nos constroem como somos, nós mudamos a todo segundo e temos o potencial de nos transformar no que quisermos, independente de nossas histórias.

Ficar nos contando e recontando milhões de vezes as historinhas de nossas vidas é um apego que só serve para nos manter estagnados, presos ao passado e acreditando que precisamos agir de uma determinada forma porque os acontecimentos de nossa vida nos fizeram agir assim. A pessoa com esse discurso está abrindo mão de seu poder de transformação e criação. Essa pessoa está abrindo mão da responsabilidade consigo mesma. Se os acontecimentos, a vida, o outro, me faz ser como sou, me faz estar onde estou, então eu não posso mudar nada. Mas se eu percebo que estou numa situação no momento e sentindo uma emoção no momento porque escolho isso, então eu posso escolher qualquer outra coisa que me pareça melhor.

É compreendendo quem somos no presente que temos a chance de entender nossas vivências passadas, e não o contrário. A chave está no agora. O mais importante é manter o foco no presente e assumir a responsabilidade de que as rédeas de nossa vida e de nosso ser estão apenas em nossas próprias mãos.

Só hoje você pode transformar qualquer coisa na sua vida.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

O que é o Inconsciente?



Sigmund Freud foi o primeiro a desenvolver uma teoria sobre o inconsciente, segundo ele, o inconsciente é tudo aquilo que é desconhecido pela consciência “uma instância ou um sistema constituído por conteúdos recalcados que escapam às outras instâncias”.

Carl Gustav Jung, que estudou com Freud por algum tempo, ampliou um pouco mais o conceito de inconsciente. Para Jung, Freud estava certo em afirmar que o inconsciente era constituído por tudo aquilo que escapa a nossa consciência, porém Jung observava a existência do Inconsciente Pessoal e do Inconsciente Coletivo.

O Inconsciente Pessoal surge depois do nascimento e é formado pelas experiências vividas pelo indivíduo, porém experiências que por algum motivo deixaram de ser conscientes e se tornaram inconscientes. Geralmente não possuem energia psíquica suficiente para permanecerem no campo da consciência: são conteúdos de experiências de vida que por algum motivo o individuo não sabe lidar, como por exemplo conflitos psicológicos (denominados por Jung de “complexos”) e desejos pessoais (sexuais ou não) que não são realizados.

O Inconsciente Coletivo é uma camada mais profunda do inconsciente que nasce com o indivíduo, herdado de forma psicológica e biológica como um material inato da psique humana. É formado pelos arquétipos, que são núcleos instintivos, passados de geração a geração que trazem padrões de comportamento herdados da humanidade desde seu surgimento. É como se cada ser humano já nascesse com um arquivo da humanidade e de seus ancestrais.

Tantos outros médicos, psiquiatras, psicólogos, terapeutas e estudiosos da mente humana abordam o tema, porém a maioria tem por base os estudos de Freud e Jung, que foram os pioneiros no trabalho com o inconsciente.

Nesse blog pretendo apresentar textos, reflexões e pensamentos sobre o Inconsciente, as diversas maneiras de acessá-lo e as ferramentas que existem para trabalhar com ele. Além de reflexões sobre a clínica, técnicas, arte e tudo o que diz respeito a psique humana.