quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Como os Arquétipos influenciam nossas vidas

Qual seu conto de fadas favorito?
E aquele personagem dos quadrinhos que você nunca esqueceu?
E aquele personagem de um filme no qual você se identificou totalmente?
Ou podemos perguntar até mesmo, qual a sua religião, ou o mito religioso que você mais gosta?
Se pararmos pra prestar atenção nisso, descobriremos muito sobre nós mesmos, sobre nosso inconsciente e os segredos que ele guarda.


Jung definiu Arquétipos como "núcleos instintivos que trazem padrões de comportamentos humanos" desde o início da história da humanidade. Esse gigantesco "arquivo" faz parte de nosso inconsciente coletivo, obviamente não acessamos ele por inteiro com a nossa consciência humana, porém através de símbolos, imagens, contos, mitos, que carregam esses arquétipos, nós temos a oportunidade de acessá-los.

Quando nos deparamos com esses símbolos, imagens ou experiências, carregadas com todos esses arquétipos é muito comum que um ou outro acabe nos chamando mais atenção, "brilhando" em nossa mente consciente e isso é uma forte dica de como estamos nos sentindo naquele momento e pode nos ajudar até mesmo a perceber nuances da nossa vida  e da nossa própria psique que não percebemos facilmente.


Quando pensamos em arquétipos muitas vezes pensamos na mitologia grega, em deuses e deusas, ou em contos de fada, mas a verdade é que os arquétipos são sempre atualizados em nossa sociedade. Todos os filmes que vemos atualmente, novelas, livros que lemos e contos atuais, todos estão repletos de antigos arquétipos que só vão se atualizando ao longo dos anos de acordo com o momento da sociedade. Se pararmos pra pensar as "receitas" dos filmes "Blockbusters" são sempre as mesmas: Um grande mal, ou um grande vilão; um herói ou heroína, uma mocinha ou mocinho, um romance...

Atualmente tem sido muito comum novas construções menos maniqueístas como um herói não tão bonzinho ou um vilão injustiçado pelo mundo, porém se pararmos para analisar são os mesmos arquétipos se atualizando de acordo com as transformações sociais. Até mesmo nas religiões podemos ver os arquétipos se repetindo e se atualizando, a grande mãe, virgem maria, o salvador, deus do sol, cristo...

                                     

Gaia e Maria - Arquétipos da Grande Mãe

Além disso, o que não é tão óbvio à olhos leigos, é que nós também acabamos por internalizar esses arquétipos e interpreta-los em nossas vidas, Jung chamou isso de "Arquétipos da Psique Humana". Com todo esse registro infinito de personagens e comportamentos humanos que "bombardeiam" nosso inconsciente, nossa psique acaba "pescando" alguns deles, ou fragmentos de alguns deles, os quais por diversos motivos nos identificamos mais, e nossos pensamentos e ações acabam trazendo toda essa bagagem neles. Nós moldamos nossa personalidade com recortes desses arquétipos e, muitas vezes, nos distanciamos de quem realmente somos.

Por isso os arquétipos estão presentes em tudo no nosso dia a dia, o que fazemos e o que pensamos, e se ficarmos atentos, essa pesquisa pode se tornar uma ferramenta incrível para acessar mais sobre nós mesmos. São pistas que nosso Self está dando para nosso ego, durante toda a nossa vida.

E afinal, sabemos que nosso inconsciente influencia muito mais as nossas ações do que nossa mente consciente, logo se temos uma ferramenta tão potente para acessá-lo e descobrir mais sobre nós mesmos, precisamos utiliza-la.

Na clínica o uso de arquétipos através de contos, mitos, imagens, tarot, etc. pode ser de grande ajuda para acessar o inconsciente de forma mais lúdica e com menos mecanismos de defesa da consciência.