terça-feira, 31 de julho de 2018

Como fluir com a sua natureza

Quantas vezes você já se sentiu “remando contra a maré”?
Como se você se esforçasse e nada parecesse dar certo?
Normalmente quando sentimos isso continuamos insistindo na mesma direção, nos esforçando até o limite do nosso cansaço, e ao chegar nesse limite, desistimos. Nos sentimos injustiçados pela vida, nos lamentamos pros outros e pra nós mesmos, e muita vezes ficamos paralisados sem saber pra onde seguir.

Existe um conceito na filosofia oriental que diz que se estamos fazendo muito esforço numa direção e sentimos que nada está dando certo, então a direção não é aquela. Provavelmente não estamos fazendo o que deveríamos, isto é, o que é mais condizente com a nossa natureza. Os orientais compreendem que todo ser tem uma função nesse planeta, e se você encontrar essa função, isto é, se você descobrir o que é mais natural pra você, e como realizar isso, você fluí com a maré e não mais contra ela. E tudo começa a fluir junto com você.


Olhando por esse prisma o ideal nesses momentos onde tudo parece “dar errado” seria parar e observar. Procurar entender “porque estou insistindo nisso?”, “será que é isso mesmo que eu devo fazer?”, “esse caminho condiz com a minha natureza, com o que eu quero pra mim?”. E após essa análise poderíamos redefinir a rota, para um caminho mais condizente com o nosso interior.

Existem muitas pessoas que não conseguem fazer essa análise por estarem muito distantes de si mesmo. Muitas vezes acreditam que são de uma determinada maneira, e não percebem que essa tal maneira são apenas máscaras sociais ou imposições externas. Por isso o primeiro passo é se conhecer. O autoconhecimento nos traz a possibilidade de reconhecer a nossa natureza e descobrir como fluir na vida. Porém para se conhecer é preciso se questionar. Se você está cheio de certezas, você nunca estará aberto a transformação, ficará estagnado para sempre em suas convicções.  Quem tem muita certeza não se abre para o novo.

Duvidar de si mesmo é a abertura para se conhecer mais, duvidar do caminho é a abertura para entender como fluir melhor com a vida. O caminho é de dentro para fora. É preciso primeiro saber quem é você de verdade, o que você faz naturalmente bem, o que você sente satisfação em fazer, o que te faz sentir pleno...para então entender como aplicar isso de forma prática na sua vida e no seu dia a dia.


A nossa vida é um reflexo do nosso interior. Precisamos estar mais próximos de quem realmente somos, mais satisfeitos e confiantes, para que o lado de fora possa fluir. Porém o caminho do autoconhecimento não é fácil, é preciso olhar pra muitas coisas que não queremos ver. É preciso encarar nossos próprios monstros e muitas vezes, sofrer. E é aí que muitas pessoas desistem. Preferem se manter com suas eternas certezas, que não as levam a lugar nenhum, ou com suas infinitas lamentações, culpando o outro, a sociedade, a vida, ou Deus, pelas suas próprias dificuldades.

Muitas vezes essas certezas e lamentações se tornam uma “zona de conforto”, isto é, um costume conhecido e de certa forma confortável, e sair desse estado se torna ainda mais difícil.  A zona de conforto na maioria das vezes é um estado inconsciente, a pessoa não gosta da situação em que está e realmente acredita que quer mudar, mas não faz o movimento necessário, porque o lugar em que está é um estado conhecido há muito tempo e por mais que ela queira sair daquele estado, o desconhecido parece mais ameaçador.

Todos nós temos nossas zonas de conforto, perceber quais são e dar um primeiro passo para fora delas é transformador de uma forma mágica! Na teoria é simples, perceba um padrão seu, algo que você acredita que nunca irá mudar, algum comportamento que você tem há muito tempo, às vezes aquilo te incomoda,mas você acredita que não consegue fazer diferente. Experimente se esforçar pra fazer um pouquinho diferente, uma só vez, é o suficiente pra você mudar a sua percepção e entender como você estava condicionado aquilo.


Trabalhando em conjunto com o autoconhecimento esse movimento tem um potencial incrivelmente transformador. A chave é: Encontrar o equilíbrio entre reconhecer a sua natureza e enfrentar as suas dificuldades. Perceber como você realmente funciona, qual a sua natureza, suas tendências, seus pontos fortes e fracos e usar isso para se esforçar diante das suas próprias limitações e ultrapassá-las: essa "receita" pode mudar a sua vida.